PORTO SEGURO É O SENHOR
Estudo de Célula da 2ª Semana de Dezembro de 2018
“O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.”
Salmos 91:1-2
Vivemos num tempo de muitos perigos. O crise de segurança em que nossa nação está mergulhada chegou a níveis alarmantes. Balas perdidas, seqüestros relâmpago, jovens enlouquecidos pelas drogas, policiais e juízes que chefiam quadrilhas, políticos e governantes mafiosos... Tudo isso e muito mais constitui o cenário desta nação em que vivemos.
Como se não bastasse o perigo causado pelo homem mau, a natureza conspira, protesta, reage com violência. Epidemias, doenças indomáveis, enchentes, tornados, cataclismas de todo tipo alimentam os noticiários e os cemitérios diariamente.
Tomar um avião, mais que nunca, tornou-se um exercício de paciência e coragem. Chegamos ao cúmulo de ver a líder do Sindicato dos Aeroviários dando entrevista e afirmando que não viaja mais de avião. Por medo, prefere tomar um ônibus, tal é o descontrole dos controladores de vôo. Enquanto isso, nossa Mi-nistra do Turismo, aconselha à população: “Relaxa e goza”; e o da Fazenda diz que não há caos aéreo, apenas uma conseqüência normal da prosperidade do nosso povo.
O resultado de tudo isso na alma das pessoas quase sempre é uma de duas coisas: cinismo ou neurose. Cinismo porque, para muitos que vivem no meio do fogo, das balas perdidas, jogados nos corredores dos hospitais públicos ou morrendo nas longas filas do INSS, a vida humana vai aos poucos perdendo o valor, se tornando insignificante demais... Neurose porque os que não desenvolvem esse mecanismo de defesa do “tô nem aí”, do “tanto faz matar como morrer”, acabam ficando reféns do pavor, enclausurados e oprimidos pelos seus próprios medos. Mesmo que nunca sejam atingidos por uma bala, sangram; mesmo que nunca sejam seqüestrados, são reféns; mesmo que não venham a morrer, não vivem...
Mas há uma terceira alternativa! Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, pode descansar à sombra do Todo-Poderoso!
O Salmo 91 é uma verdade confortante. Embora o homem de Deus tenha que encarar o “laço do passarinheiro”, a “peste perniciosa”, o “terror noturno”, a “seta que voa de dia”, a “peste que se propaga na escuridão”, a “mortandade que assola ao meio-dia” (todos conceitos bem atuais, usados no texto sagrado), ele pode viver em paz porque Deus, o “Altíssimo” e “Onipotente” é seu “refúgio e baluarte” e “aos seus anjos dará ordens” a seu respeito, para que o sustentem em suas mãos.
Há uma segurança celestial disponível aos filhos de Deus! Mesmo que os perigos nos rondem, há uma cerca de proteção, um livramento que pode nos preservar. Entretanto, como toda verdade espiritual, precisamos entrar nesse nível de segurança pela fé. O salmista diz: “Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio” (vs. 2). Ou seja, é por confiar no Senhor que somos guardados. Quando tiramos os olhos d’Ele, quando nos apavoramos diante dos riscos como se Deus não fosse por nós, fechamos o caminho da fé e, conseqüentemente, ficamos vulneráveis no nível do natural.
Uma outra postura necessária para que desfrutemos da segurança celestial é crer na Palavra de Deus. “A sua verdade é escudo e broquel” (vs. 4), ou seja, é pelo que Deus diz que eu sou guardado. Implica em dizer que cada um de nós precisará fazer uma opção todos os dias: dar ouvidos ao que falam os homens, os noticiários, os diagnósticos médicos, as circunstâncias ou dar ouvidos à Palavra do Senhor. É quando fazemos a opção de viver pelo que Deus diz, que temos nossa alma protegida.
No versículo 8 está escrito: “Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios”. Isso me faz entender que simplesmente não devemos reagir à violência de todos os tipos que nos confronta. Ao invés, de pagar mal por mal, de nos tornar cínicos e agressivos como são aqueles que nos atacam, devemos dar lugar à ira de Deus e simplesmente aguardar que Ele faça justiça, certos de que ninguém tocará num filho do Senhor e ficará impune.
Mas há uma dimensão em que precisamos ser agressivos. O que é natural se origina no espiritual. Há sempre demônios por trás de toda forma de mal. Por isso a Palavra nos diz: “Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés filho do leão e a serpente” (vs. 13). Paz ter paz, precisamos brigar, isto é, fazer guerra espiritual, exercer juízo na causa e não no efeito.
O Salmo 91 não poderia terminar de maneira mais profunda. Deus diz: “Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome” (vs. 14). Ou seja, sua proteção, mais que qualquer outra coisa, é uma resposta ao amor que lhe devotamos e à intimidade que com Ele cultivamos.